terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ESCOLINHA DE ATLETISMO DE ALIANÇA DO TOCANTINS-TO É DESTAQUE NA VEJA ONLANE

COM TORCIDA VIBRANTE, SÃO SILVESTRINHA MOVIMENTA CIDADE A 1.800KM

Fonte: Veja Onlane

Esporte/
Foto: Bog Edson Fonseca

Com número recorde de participantes, a 18edição da São Silvestrinha também registrou boa participação do público. O Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, esteve lotado na tarde da última terça-feira. Eram centenas de pessoas, das mais diversas regiões do País, com cartazes e uniformes coloridos, fazendo festa enquanto torciam ou aguardavam o início das provas.
Entre tantos, era possível notar em um dos cantos da arquibancada um grupo de cinco pessoas que carregava uma faixa amarela com a seguinte inscrição em preto: 'Tocantins tem representante na São Silvestrinha'. O pedreiro Nivaldo Louseiro acompanhava e torcia pelos pequenos Cinthya, Matheus, Guilherme e Pedro Alberto na competição.
'A prefeitura sorteou entre as escolas da minha cidade, e ganhamos quatro vagas para a prova. Escolhi eles porque são os melhores', disse Nivaldo, mais conhecido como Dinga. O quinteto deixou o município de Aliança no dia 25 e só chegou em São Paulo na manhã de terça-feira. A viagem poderia ter sido mais curta se o ônibus que os levava não tivesse quebrado a cerca de 10 quilômetros do destino final. 'Tivemos que esperar o guincho nos trazer. Mas depois foi tudo certo, tomamos café da manhã e fomos ver a árvore de Natal no Ibirapuera'.Há dois anos e cinco meses à frente do projeto pessoal que visa ensinar atletismo para as crianças de Aliança, Dinga garante que teve a confiança dos parentes dos alunos para a primeira viagem do grupo a São Paulo. 'Eles obedecem mais a mim do que aos pais. Os professores da escola também agradecem quando eu chego, porque faço todos prestarem atenção', declarou Dinga, que, aos 58 anos, planeja se aposentar em janeiro para se dedicar exclusivamente às crianças.
Mas não foram apenas os pupilos que motivaram a viagem de mais de 1.800 quilômetros. O tocantinense também veio a São Paulo para participar da sua oitava Corrida Internacional de São Silvestre, marcada para o sábado. 'Ano passado, no pelotão para a minha idade, fiquei entre os 25 melhores. Agora não sei como vai ser, estou com uma dor na perna, então estou indo para me divertir', explicou Dinga, mais preocupado com o desempenho dos alunos.
'Liguei para a rádio da minha cidade para contar que os meninos venceram (as baterias de cada um) e ela (Cinthya) ficou em quinto. Estão todos muito felizes, vão preparar um festão para receber eles lá', disse orgulhoso.
A poucos metros do grupo de Tocantins, estava um bem maior vestindo laranja. Eram as 60 crianças do projeto social do Capão Redondo, desenvolvido e coordenado há 13 anos por Neide Santos, motivada pelo assassinato do filho. 'Eu sempre ajudei as mulheres da comunidade, mas depois que vi uma criança de 14 anos tirando a vida do meu filho resolvi ajudar os mais novos. Porque o futuro está nas mãos deles', relatou emocionada.Pela inclinação em cuidar de mulheres, a iniciativa começou atendendo apenas garotas. Hoje, já são 300 crianças que recebem a assistência social, sendo 20% meninos. 'A vida me tirou um filho, mas ganhei centenas deles depois', disse Neide, explicando que os que mais se destacam são levado às peneiras promovidas pela Federação Paulista de Atletismo durante o ano.
'Quando as crianças chegam ao projeto começam as atividades de maneira lúdica. A brincadeira ganha forma e eles têm acesso à pratica de outras modalidades como basquete e vôlei. Incluir os jovens na sociedade por meio do esporte faz parte da nossa filosofia.'
Por várias vezes, Neide interrompeu as conversas para torcer pelos 'filhos' que corriam. As palavras e gritos de incentivo, no entanto, ainda tinham que competir com a torcida das caravanas de Mercês (MG), Brasnorte (MT), Apucarana (PR), Itucumã (PA), Poços de Caldas (MG), entre outros torcedores de todo o Brasil que foram até a São Silvestrinha.
Fonte : Veja. onlane

0 comentários:

Postar um comentário